Declaração de Princípios
Programa de Governo da Convergência Ampla de Salvação de Angola Coligação Eleitoral ( CASA-CE ) para 2017 - 2022
Lubango, 21 de Julho de 2017
20 PRINCÍPIOS PARA A MUDANÇA DO ESTADO
1 - Consolidar a Paz, através da realização de uma Democracia plena e de um verdadeiro Estado de Direito.
2 - Promover uma reforma Constitucional que de entre outros valores, consagre a Eleição directa e unipessoal do Presidente da República, insira as línguas Angolanas como línguas oficiais e consagre a Terra como pertença das comunidades, com um Governo do povo, pelo povo e para o povo.
3 - Promover a Reconciliação Nacional, construindo um futuro livre de rancores, sem revanchismo e com garantias para todos aqueles que em bons e difíceis momentos, serviram no melhor das suas capacidades, a Nação Angolana.
4 - Devolver a dignidade às Autoridades Tradicionais assentes na idiossincrasia Cultural de cada comunidade, terminado com a sua banalização e submissão.
5 - Implementar o direito de voto dos Angolanos residentes no estrangeiro.
6 - Consagrar constitucionalmente um Estatuto Especial para a província de Cabinda, tendo como base nas suas característica peculiares e em respeito as legítimas aspirações dos cidadãos Angolanos naturais de Cabinda.
DA GOVERNAÇÃO
7 - Implementar uma governação capaz, transparente e de responsabilidade social, centrada na realização pessoal e colectiva do cidadão, baseada nas qualidades intrínsecas aos Angolanos, tais como: dinamismo, a diversidade e abertura a sua enorme capacidade para assunção dos desafios e a sua grande capacidade para a reinvenção.
8 - Eliminar a corrupção endémica, os desvios do erário público, o nepotismo e má governação, substituindo-os pela exaltação da iniciativa e do empreendedorismo, através do trabalho árduo e da responsabilidade pessoal.
9 - Priorizar políticas dinâmicas e efectivas para a juventude, como capital para a presente e futuras gerações, alicerçadas na promoção do ensino e na formação académica-profissional, com garantia de emprego com salário justo.
10 - Optimizar os imensos recursos e serviços do País, tomando o fornecimento de água e de energia numa realidade, na casa de cada Angolano.
11 - Valorizar os funcionários públicos, introduzindo a ética no trabalho e as melhorias das condições laborais e salariais.
12 - Dignificar os militares, os agentes da Polícia e da segurança Nacional, garantes da Integridade Territorial e da Segurança Nacional.
13 - Promover a classe empresarial angolana, pois o mercado livre só prospera quando há regras que garantam a justa competição e a igualdade de oportunidades dos participantes.
14 - Garantir uma Educação universal e de qualidade, com um ensino obrigatório e gratuito até ao nível médio, um sistema de Saúde adequado e uma Habitação para todos os angolanos, criando as condições para a eliminação das assimetrias regionais.
DA RECONQUISTA DA CIDADE
15 - Realizar as Liberdades Fundamentais e a cidadania, garantir a isenção, a despartidarização e abrangência da Comunicação Social do Estado e promover o apoio para o fomento da Comunicação Social privada.
16 - Proteger o direito à vida, terminando com a violência gratuita que viola os direitos humanos dos Angolanos, nomeadamente em Cabinda, na Lunda Norte e na Lunda-Sul, assim como, contra as zungueiras, crianças mulheres, taxistas e outros grupos vulneráveis, nunca esquecendo que preservar as liberdades individuas, requer uma acção colectiva.
17 - Garantir uma vivência digna para os ex-Combatentes, os Desmobilizados, os Portadores de Deficiências, os Órfãos e Crianças de rua, as Viúvas e os Idosos, pois uma grande nação deve cuidar dos mais vulneráveis e proteger o povo dos perigos e dos infortúnios da vida.
18 - Reduzir a Pobreza extrema a médio prazo, pois Angola não pode prosperar enquanto uns poucos são muitos ricos e a maioria vive na pobreza.
19 - Garantir a primazia do direito das comunidades sobre o das grandes empresas, seja na manutenção dos corredores e água para o gado, entre os povos de tradição pastorícia, introduzindo o princípio do poluidor/pagador, com indemnização das comunidades vítimas dos acidentes ambientais.
20 - Apoiar as organizações da Sociedade Civil, Sindicatos livres e Organizações Socioprofissionais, na sua qualidade de educadores cívicos e suportes de promoção da democracia, estabelecendo um diálogo abrangente de concertação social com vista ao desenvolvimento sustentado e integral do país.
Este é o Compromisso Solene que todos os membros da CASA, a nossa casa comum, assumiram, com abnegação e muito trabalho, a despeito de todas as dificuldades que foram encontradas. Não tememos o futuro, porque a nossa convicção de servir Angola é imensa. O passado repousa nos anais da História e não nos preocupa, porque a viragem para uma nova Angola começou em 2012.
O CAMINHO E O COMPROMISSO
O nosso País é o nosso torrão mais sagrado. É o nosso futuro.
O nosso futuro está numa Angola para todos os angolanos!
O nosso Destino é o alcance de oportunidades iguais para todos. Para tal, é imprescindível vencer as eleições em 2017.
Cientes, de que Angola e os angolanos não estão submetidos à estagnação e à pobreza, urge reagir perante os sinais evidentes de conformismo, resignação e derrotismo.
Por tudo o acima exposto, nós, um grupo de angolanos patriotas de diferentes matizes socioeconómicas, políticas, etnolinguísticas, raciais e religiosas, decidimos proceder a uma aturada e objectiva ponderação e análise da actual conjuntura e realizar uma nova e inédita etapa do figurino político angolano.
Surgiu assim no horizonte, a CASA-CE, uma nova forma de estar e de fazer política no contexto das incertezas do presente, clamando o regate dos valores pelos quais os patriotas que nos precederam na História, personalidades como Álvaro Holden Roberto, António Agostinho Neto e Jonas Malheiro Savimbi.
Nós, angolanas e angolanos, no contexto heterogéneo da nossa idiossincrasia cultural, etnolinguística, racial e religiosa, assumimos perante a História e o nosso destino comum, que a CONVERGÊNCIA AMPLA DE SALVAÇÃO DE ANGOLA - COLIGAÇÃO ELEITORAL (CASA-CE), proporcionará a Angola um governo patriótico, abrangente e competente, que libertará o intelecto angolano e produzirá riqueza e prosperidade reais para as gerações actuais e futuras.
É com base na liberdade do povo poder determinar, por si próprio quais são os seus melhores interesses e procurar realizá-los livremente, que se gera desenvolvimento e se constroem as grandes nações. Por isso, este não é, nem será, mais um projecto.
A CONVERGÊNCIA AMPLA DE SALVAÇÃO DE ANGOLA - COLIGAÇÃO ELEITORAL (CASA-CE) assume o compromisso de corresponder aos anseios e expectativas dos angolanos, por um País cujos pilares assentem nos valores da liberdade, da dignidade e da realização da pessoa humana e do progresso.
PRINCÍPIOS ESTRUTURANTES DO PROGRAMA DE GOVERNAÇÃO
A CASA - CE (CONVERGÊNCIA AMPLA DE SALVAÇÃO DE ANGOLA - COLIGAÇÃO ELEITORAL), ciente das responsabilidades e atenta aos objectivos do seu ideal programático de conquistar o poder, para implementar um verdadeiro “Projecto - País”, carente desde 1975, apresenta aos angolanos os PRINCÍPIOS ESTRUTURAIS DO PROGRAMA DE GOVERNO, a fim de no final ser submetido a um amplo debate e análise pública, num exercício de cidadania participativa de todas as angolanas e angolanos.
PAZ, RECONCILIAÇÃO NACIONAL E ESTABILIDADE
A paz, a reconciliação Nacional e a estabilidade são pilares essenciais para o desenvolvimento sócioeconómico de Angola.
A paz não deve ser apenas o calar das armas, nem um mero slogan, mas sim o expressar de uma sólida estabilidade social assente na aceitação plena de todos os angolanos, na sua multifacetada diversidade, tendo sempre em conta os supremos interesses de Angola.
A RECONCILIAÇÃO NACIONAL deve ser uma conduta que enalteça o convívio saudável entre todos, sem ódios nem ressentimentos, sem supremacia nem servilismos. A reconciliação deve ser a aceitação do outro na sua condição e visão, não uma imposição ou política de clemência de quem se considere mais forte por estar no controlo do poder.
A ESTABILIDADE deve ser interiorizada por todos e nunca imposta por uns poucos detentores do poder, aos demais povos angolanos.
Com base nestas premissas deveremos:
- Desenvolver iniciativas que contrariem o actual clima de exclusão social e económica, através da implementação na prática social, dos direitos, liberdades e garantias consagradas na Constituição e que situam os cidadãos angolanos no epicentro de todas as preocupações.
- Garantir o direito à vida, ao bem-estar social e ao respeito pelos direitos humanos dos cidadãos, baseados na realização da pessoa humana, na concretização do bem comum e no incentivo à participação activa do cidadão na vida política, económica, social e cultural.
- Humanizar o progresso e o desenvolvimento com a participação de todos os cidadãos, com o objectivo de reforçar a cidadania, promotora da aceitação e do respeito pela diversidade étnica, racial, linguística, cultural e religiosa.
- Valorizar e dignificar o papel sem igual dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, tanto na participação efectiva na nova sociedade em construção, como na melhoria das pensões que a Pátria lhes deve pelo seu tributo à liberdade, à independência e à democracia.
- Valorizar e dignificar o papel histórico e patriótico de todos os ex-militares das extintas ELNA, FAPLA e FALA, em igualdade de circunstâncias e sem qualquer tipo de discriminação.
- Implementar o respeito recíproco e o diálogo permanente como vectores fundamentais na resolução dos conflitos entre todos os actores da vida social, política e económica.
- Garantir segurança e estabilidade aos ex-governantes e às suas respectivas famílias, quanto aos seus direitos fundamentais, asseverando que o passado é uma etapa da nossa vida que fica encerrada, sendo o propósito comum a construção do amanhã. No entanto, a CASA-CE assume que todos os casos carentes de um esclarecimento judicial, para se alcançar a verdade material devem ser analisados de forma imparcial e por juízes comprometidos apenas com as suas consciências e com a lei. Não se deverá continuar a julgar ninguém com base na presunção.
A justiça deve ser igual para todos, nos marcos do constitucionalmente consagrado, num Estado Democrático e de Direito. - Consagrar Constitucionalmente um Estatuto Especial para a Província de Cabinda tendo por base a sua peculiaridade e que resulte de um diálogo profundo, honesto, abrangente e participado por todas as sensibilidades interessadas.
DEMOCRACIA, CIDADANIA E JUSTIÇA SOCIAL
A CASA-CE considera fundamental a necessidade de se modernizar o Estado, através de uma reforma institucional que consolide a cultura política do constitucionalismo democrático multipartidário. Por outro lado, considera essencial consolidar a democracia participativa pela regularização dos actos eleitorais, pondo cobro à persistente violação sistemática da liberdade de manifestação, à ausência de pluralismo de informação, à intolerância política, à restrição à informação e à exclusão de segmentos da sociedade e de regiões do País onde parece continuar a existir um sistema de partido único.
Um dos maiores inimigos da paz, da democracia e da estabilidade no nosso País, é a linha editorial dos órgãos de comunicação social públicos. Como medida primeira na sua actuação, o governo da CASA-CE vai banir este estado de coisas, buscando a liberdade e o pluralismo de informação, combatendo sem tréguas as práticas de intolerância política, da restrição à informação e da exclusão de segmentos da sociedade e de regiões do país.
A Comunicação Social e a participação dos cidadãos são inseparáveis, pois apenas cidadãos bem informados, conscientes das variadas abordagens duma mesma realidade, podem tomar decisões e participar activamente na vida política e pública.
Em nenhuma circunstância a CASA-CE permitirá que a liberdade de informação fique refém de interesses económicos ou políticos, de grupos ou do tráfico de influências. A concentração da propriedade dos meios de comunicação social e a utilização de meios coercivos de pressão, colocam em causa o efectivo pluralismo e a independência da informação, sendo relevante impedir os excessos de concentração e os abusos de posição dominante, estimulando a regulação do sector, enquanto instrumento de salvaguarda da dignidade humana, da isenção e do rigor informativo, assegurando aos jornalistas a devida protecção para o livre exercício da sua profissão dentro do cumprimento das respectivas regras deontológicas. Estabelece como orientações:
- Dinamizar um novo processo de Reforma Constitucional que consagre o retorno à eleição directa do Presidente da República em sufrágio separado das eleições legislativas.
- Estabelecer a supremacia da Assembleia Nacional como o Órgão mais representativo dos cidadãos e da Nação, sobre os demais órgãos de soberania, sem comprometer a separação de funções dos poderes executivo, legislativo e judicial.
- Consagrar a Terra como propriedade originário do Povo e não do Estado.
- Consagrar o Referendo nacional como método de consulta aos cidadãos, em matérias sensíveis de interesse nacional.
- Reformar o Poder Judicial, onde a lei e a consciência dos juízes se constituam nos pilares da justiça, enfermada pelos valores da ética e da independência e não mais um instrumento da classe dirigente para moldar a ordem social no seu exclusivo interesse e conveniência.
- Implementar medidas que garantam na prática social, a igualdade de todos os angolanos perante a lei, sem olhar à sua condição social, económica ou partidária.
- Dignificar e moralizar as instituições públicas, por via da despartidarização efectiva e sem ambiguidades, tornando-as em verdadeiros Órgãos do Estado ao serviço do Estado e dos cidadãos.
- Materializar as autarquias locais para o estabelecimento de administrações eficientes e dinâmicas, eleitas pelo povo nas respectivas localidades e a quem os autarcas devem prestar contas.
- Proceder a uma Reforma Administrativa que reduza a excessiva burocracia, tornando os serviços públicos ágeis, transparentes, céleres e ao serviço do cidadão.
- Promover e apoiar as organizações da Sociedade Civil, a Comunicação Social, os Sindicatos livres e Organizações sócioprofissionais, na sua qualidade de parceiros privilegiados do Estado na realização do bem-estar do povo a e do aprofundamento da democracia.
- Definir políticas eficazes que promovam o estabelecimento de parcerias entre as instituições públicas e as Igrejas, no plano da realização do bem comum dos cidadãos, tendo como premissa o tratamento igual de todas as confissões religiosas num Estado laico.
- Estabelecer a Concertação Social como um mecanismo eficaz para dirimir eventuais conflitos nos variados ramos de interesse da sociedade.
- Introduzir a identificação de todas as Instituições Públicas em português e na língua nacional mais abrangente da Província.
- Abolir o uso abusivo de efígies de personalidades políticas vivas, apostas em moedas, documentos de identificação pessoal do cidadão, instituições de Educação, da Saúde e outros, resultantes de uma governação arrogante, percursora da institucionalização do culto de personalidade.
- Conquistar a credibilidade e legitimidade das Instituições do Estado, com a sua e total despartidarização.
- Manter o princípio do primado das maiorias, concomitante à consagração do princípio do respeito pelas minorias, com relevo para a institucionalização do estatuto da oposição, como fundamento para a convivência harmoniosa entre os angolanos e um indicador fiável da qualidade da democracia em Angola.
- Implementar o respeito escrupuloso da regularidade na realização de actos eleitorais, livres, justos credíveis e transparentes, de acordo com um quadro jurídico-constitucional, isento de ambiguidades e manipulações.
- Implementar o princípio da igualdade de oportunidades de todas as forças políticas concorrentes, sem manipulação ou coacção dos cidadãos.
- Implementar o direito de voto de todos angolanos residentes ou no estrangeiro, em obediência ao plasmado na lei.
- Implementar a pluralidade de informação nos meios de Comunicação Social do Estado e a diversidade dos meios privados, estabelecendo incentivos a imprensa privada e criando mecanismos para que ela chegue a todo o território nacional, com base em legislação que garanta igualmente a existência de meios de comunicação regionais e a extensão nacional do sinal da Rádio Ecclesia e de quaisquer outras instituições.
- Terminar com as interferências e ingerências do poder político-partidário na Autoridade tradicional, assim como da imposição de uma farda que retira a dignidade e subalterniza o poder tradicional, dignificando-se o seu papel como elo primordial da ligação entre o Estado e as Comunidades.
VISÃO ECONÓMICA
VIABILIZAR ANGOLA ATRAVÉS DE UM PROCESSO HUMANO, EQUILIBRADO E SUSTENTADO, DE DESENVOLVIMENTO ECONÓMICO, tendo como modelo uma economia de mercado e de iniciativa privada, para o desenvolvimento económico e a criação de riqueza, com o Estado a exercer o papel de regulador e promotor da economia. Assim, impõe-se:
- Definir a amplitude e os limites do Estado, no seu papel interventivo e regulador da economia, de forma a assegurar o funcionamento eficiente da livre concorrência, as actividades que o mercado não garante, quando os benefícios sociais o impõem e promover um padrão de redistribuição de rendimentos de acordo com as necessidades reais dos cidadãos.
- Incentivar a expansão do sector privado angolano na economia, através da criação de medidas apropriadas e concertadas com os empresários, nomeadamente através de um sistema racional e eficiente de juros bonificados, ajustados à natureza dos empreendimentos e aos potenciais efeitos sobre o rendimento e o emprego.
- Criar mecanismos de apoio aos Empresários Angolanos, na sua capacitação para um maior dinamismo.
- Adoptar e promover uma gestão macroeconómica rigorosa, saudável e transparente e que garanta as condições necessárias para a rendibilidade dos investimentos privados.
- Controlar e fiscalizar as receitas fiscais provenientes da exploração do petróleo, diamantes e outros minerais, no contexto de um modelo novo de repartição do rendimento nacional centrado na máxima criação de emprego e do acesso democrático às oportunidades de negócios, abolindo-se as leis que através do segredo permitem delapidar os cidadãos angolanos.
- Honrar os compromissos económicos e financeiros internacionais de Angola com outros Estados, com instituições internacionais e com particulares.
- Promover a captação do investimento estrangeiro directo, através da melhoria do ambiente geral de negócios, do combate à corrupção, da melhoria do funcionamento das instituições, da transparência e de um sistema de incentivos que promova a sua diversificação sectorial e territorial.
- Definir o Princípio de realização de concursos públicos para todas as licitações e contractos celebrados pelo Estado, coordenados por uma Comissão Multissectorial, priorizando a participação de empresas privadas angolanas em contractos com montantes inferiores a 50 milhões de dólares (USD) e a participação, igualdade de tratamento e transparência de empresas nacionais e estrangeiras com sede em Angola, em concursos com montantes iguais ou superiores a 50 milhões de dólares (USD).
- Desenvolver as infra-estruturas de energia, água, comunicação e circulação, essenciais para o crescimento económico, buscando a preservação do ambiente e a redução progressiva dos seus custos de produção.
- Implementar uma estratégia de longo prazo de diversificação da economia nacional no sentido de identificar os sectores de maior competitividade internacional e as actividades que melhor poderão substituir as importações, num contexto de racionalidade e eficiência económica.
- Implementar medidas práticas e créditos bonificados para o sector agro-pecuário, com a criação de meios de armazenamento e de distribuição, que criem riqueza nas comunidades rurais e que permitam a produção de excedentes, com vista à auto-suficiência e segurança alimentar, bem como à diversificação das exportações.
- Apoiar a agricultura familiar, conferindo-lhe condições que promovam o aumento da produtividade e a melhoria dos rendimentos dos agricultores.
- Corrigir as assimetrias regionais, valorizando os recursos, as estruturas e as características específicas de cada região, promovendo polos de desenvolvimento diversificados, visando um crescimento harmonioso de todo o espaço nacional.
- Introduzir no contexto público nacional, o Princípio da Discriminação Geográfica Positiva, como atracção e fixação de recursos humanos qualificados para as províncias excluídas, através de subsídios de distância, de isolamento e de risco, obviando igualmente o risco à segurança nacional resultante de grandes áreas desocupadas no país.
- Dotar o Orçamento Geral de Estado de verbas significativas para todas as Províncias, que viabilizem uma verdadeira autonomia administrativa e financeira, em detrimento da dependência sórdida do poder central actualmente constatada.
- Promover o crescimento do turismo nas áreas já conhecidas e desenvolver potenciais áreas para a actividade no futuro.
- Estabelecer um salário que realize a verdadeira função social do trabalhador, tendo a consciência de que o desenvolvimento é indissociável de salários compatíveis com a produtividade e a dignidade do trabalhador.
- Instituir o provimento dos cargos nas Empresas Públicas e nas Instituições do Estado por concurso público, onde impere o mérito, a competência e a responsabilização administrativa ou criminal em casos de má-gestão ou desvios orçamentais, terminando-se assim, salvo onde imprescindível, com as nomeações que privilegiam o tráfico de influência, a incompetência e o cartão partidário.
- Valorizar a contribuição individual, alicerçada no trabalho, no mérito, na exigência, na responsabilidade e na solidariedade activa como critérios determinantes para servir o cidadão no âmbito do exercício de funções no serviço público.
- Garantir a primazia do direito das comunidades sobre o das grandes empresas, quer na manutenção dos corredores para o gado entre os povos de tradição pastorícia, quer de áreas de produção alimentar e piscícolas, nas zonas de exploração mineira, introduzindo o princípio do poluidor - pagador, indemnizando as comunidades por acidentes ambientais.
- Incentivar e apoiar a criação de cooperativas, para protegerem os cidadãos contra a especulação e a submissão a grandes interesses.
- Criar mecanismos de controlo e fiscalização baseados num sistema administrativo e judicial eficaz, verdadeiramente independente dos demais órgãos de soberania, capaz de punir os corruptos e os delapidadores do erário público.
- Garantir a dignificação dos servidores do Estado para que eles assumam o compromisso nacional de bem gerir os bens públicos.
- Criar a Alta Autoridade contra a Corrupção, equipada com mecanismos e instrumentos de investigação, equidistante dos poderes instituídos, capaz de agir quer contra os actores activos como contra os passivos desses procedimentos.
- Tornar o Tribunal de Contas numa instituição credível, independente, dinâmica e consequente no apuramento e responsabilização dos actos contrários à lei.
- Exigir a todos os provedores de cargos públicos a declaração dos seus bens, antes da respectiva tomada de posse. Acabar com a promiscuidade entre o exercício do poder político, os negócios e a gestão danosa do erário público por parte da classe dirigente que associada ao tráfico de influências, asfixia o empresariado nacional e comprometendo o desenvolvimento harmonioso do país.
ENERGIA E ÁGUAS
A energia e a água são determinantes para o progresso socioeconómico, sendo sectores que exigem um elevado investimento e que deve servir os interesses dos consumidores industriais e individuais. Não haverá nenhum desenvolvimento económico, se o abastecimento da água e da energia não estiverem assegurados. A água e a energia constituem prioridade nº1, a par das redes de comunicação, no desenho do plano de desenvolvimento do País. A CASA-CE tem para este objectivo, os seguintes vectores estratégicos:
- Abordar a política da energia e da água nas vertentes da produção, da distribuição, do investimento, da conservação e da protecção do meio ambiente.
- Promover o estudo e a diversificação das fontes energéticas, com priorização da energia de centrais hidroeléctricas, incentivando igualmente a energia eólica e solar.
- Elaborar e estabelecer o Plano Nacional da Água como instrumento estratégico de planeamento e gestão de recursos hídricos.
- Reparar e renovar as redes de abastecimento e tratamento de água nos centros urbanos, dimensionando-a em função do crescimento demográfico e geográfico futuro.
- Instalar estações de tratamento das águas residuais e das águas provenientes de indústrias poluentes, protegendo assim os recursos hídricos existentes.
AGRICULTURA E PESCAS
A segurança alimentar é um indicador de desenvolvimento. É também um factor de independência e de soberania nacional. A CASA-CE entende que o combate à fome e à pobreza passa em primeiro lugar, por disponibilizar alimentos com teor proteico e calórico adequado às populações. Por isso, uma atenção particular será dada ao sector da agro-pecuária e das pescas, em obediência aos seguintes vectores:
- Tornar independente o Ministério da Agricultura e o Ministério do Mar e Pescas, tendo como premissa a importância estratégica que têm estes dois sectores para o desenvolvimento, o combate à pobreza e a segurança alimentar.
- Apoiar a agricultura familiar, conferindo-lhe condições que promovam o aumento da produtividade e a melhoria dos rendimentos dos agricultores.
- Implementar medidas prácticas e créditos bonificados para o sector agro-pecuário, com a criação de meios de armazenamento e de distribuição, que criem riqueza nas comunidades rurais e que permitam a produção de excedentes, com vista à auto-suficiência e segurança alimentar, bem como a diversificação das exportações.
- Dinamizar e fortalecer a pesca costeira e artesanal, assim como a pesca tradicional nos rios, enquadrando-a no combate contra a pobreza e a exclusão socia, proporcionando oportunidades para o pequeno e médio empresariado nacional.
- Apoiar os pequenos criadores de gado bovino.
- Incentivar a suinicultura e a caprino-cultura.
- Fomentar a avicultura.
- Implementar uma estratégia de longo prazo de diversificação da economia nacional no sentido de identificar os sectores de maior competitividade internacional e as actividades que melhor poderão substituir as importações, num contexto de racionalidade e eficiência económica.
- Implementar medidas práticas e créditos bonificados para o sector agro-pecuário, com a criação de meios de armazenamento e de distribuição, que criem riqueza nas comunidades rurais e que permitam a produção de excedentes, com vista à auto-suficiência e segurança alimentar, bem como a diversificação das exportações.
VISÃO SOCIAL
REALIZAR O CIDADÃO ANGOLANO, RAZÃO FUNDAMENTAL DA GOVERNAÇÃO, assente no desiderato de colocar o cidadão no centro das preocupações, com vista à concretização de uma governação responsável e humanista que realce a solidariedade nacional, precursora do bem-estar e da felicidade colectiva, com base:
- Construir um País justo que valorize os Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, todos os ex-Militares e as franjas mais vulneráveis da sociedade, nomeadamente as crianças, as viúvas, as mães solteiras e os idosos, ao mesmo tempo que se encorajam os mais equipados e preparados para a vida, a contribuírem de forma efectiva na concretização deste objectivo.
- Definir uma estratégia de luta contra a pobreza e para as “crianças de rua”, que envolva a participação dos próprios beneficiários, num esforço estruturado, nos programas a serem implementados.
- Desenvolver políticas de apoio aos portadores de deficiência física e/ou mental, capazes de estimularem a sua auto estima e a sua reintegração sócio profissional.
- Estabelecer acções e programas de reforço do papel da família, enquanto núcleo fundamental da sociedade, com a implementação cabal do Código da Família e da restauração dos valores da ética, da moral e do civismo.
- Definir uma política nacional para a Juventude, que reforce o seu papel de força catalisadora das transformações positivas que o País reclama, através duma formação académica assente num sistema de Educação que enobreça e orgulhe os dirigentes, duma formação técnico-profissional com objectivos a médio e longo prazo bem estruturados, de actividades desportivas que promovam a massificação das diferentes modalidades, de actividades recreativas e culturais que promovam iniciativas saudáveis que protejam os jovens do alcoolismo e da delinquência.
- Definir uma política nacional de Emprego e de Habitação para os Jovens, que facilite a sua inserção no mercado de trabalho e garanta a sua realização integral, assim como a aquisição de habitação a preços compatíveis e bonificados.
- Promover políticas que visem a participação efectiva da mulher em todos os domínios da vida nacional, sem descurar o seu papel insubstituível na harmonização das famílias e da sociedade.
- Tornar prioritários os problemas básicos que afectam a vida dos cidadãos, como os sectores da Saúde, da Educação, do Saneamento Básico, da Água, da Energia, da Habitação e Emprego.
- Implementar um sistema de autonomia universitária, em que os reitores sejam democraticamente eleitos pelos seus pares, que devolva aos intelectuais e às universidades o seu papel de consciência nacional, através da produção de ideias, de inovação e de investigação, numa interacção permanente com as empresas e a sociedade, consentâneas com a procura de soluções para os problemas do País, onde seja privilegiada a Investigação Científica e a Inovação.
- Reforçar o Sistema Nacional de Saúde, na base duma política de Saúde que tenha a medicina preventiva e os cuidados primários da saúde e priorize o combate à malária, VIH/SIDA, tuberculose e doenças diarreicas agudas, assim como de outras doenças endémicas, cujo objectivo seja o de garantir uma qualidade de vida adequada a todos os cidadãos.
- Reforçar o Sistema de Educação, que priorize o estabelecimento dum ensino primário eficiente, de qualidade, capaz de absorver todas as crianças em idade escolar, um ensino secundário que reforce o papel de qualidade no ingresso às universidades, sendo gratuito e obrigatório para todas as crianças até ao 12º ano de escolaridade. Acabar definitivamente com o analfabetismo.
- Atribuir prioridade total às áreas técnico-científicas no sistema de ensino nacional.
- Implementar um sistema de Bolsas de Estudo Nacionais, acessível a todos os jovens candidatos ao ensino superior, e comprovadamente sem recursos para o efeito.
- Desenvolver políticas consentâneas para a preservação ambiental, que garantam uma vida sadia dos cidadãos, nomeadamente com a recuperação e criação de jardins, de zonas verdes e da arborização das artérias nas cidades, assim como dum programa de repovoamento florestal a nível nacional.
INFÂNCIA
Como garante do futuro da nação, a nossa atenção recai especialmente na criança, que no contexto actual vê sistematicamente violados os seus direitos. Para a sua realização integral a CASA-CE propõe:
- Melhorar o sistema de saúde de pediatria, desde as aldeias às grandes cidades;
- Implementação séria e profunda do programa de assistência financeira a cada criança nascida;
- A criação e execução de um programa consistente do ensino pré-escolar
- Criar programas de interactividade infantil como excursões de intercâmbio, visando o desenvolvimento mental infantil e juvenil.
MULHER
A mulher como fonte de vida e de transformação é um factor essencial para o desenvolvimento harmonioso da sociedade e um pilar indestrutível da coesão nacional. O Governo da CASA-CE combaterá todas as formas de coisificação da mulher e banirá de forma total os maus tratos a que são submetidas as mulheres zungueiras. Na busca do fomento do crescimento populacional, a mulher em idade fértil merecerá uma particular atenção.
Na busca destes objectivos serão seguidas as seguintes orientações:
- Promover políticas que visem a participação efectiva da mulher em todos os domínios da vida nacional, sem descurar o seu papel insubstituível na reprodução, na harmonização das famílias e na sociedade.
- Estabelecer programas de crédito e micro crédito para as mulheres que frequentem cursos de Formação Profissional, visando o seu auto emprego e a criação de pequenas empresas.
- Incentivar o associativismo entre as mulheres como exercício da cidadania.
- Estabelecer em parceria com as mulheres e as suas associações, a instalação em áreas de negócios em empreendimentos que garantam a sua segurança física, o seu rendimento económico e as condições de higiene e dignidade.
- Protecção total à mulher grávida e amparo à mulher grávida abandonada.
- Desencorajamento do aborto indiscriminado.
- Subsídio de maternidade.
JUVENTUDE
A Juventude constitui uma das maiores riquezas do capital humano dum país, pois ela comporta em si o dinamismo, a inovação e a capacidade para a transformação das sociedades, no sentido do progresso económico, cultural, científico e social.
A CASA-CE estabelece para a Juventude os seguintes vectores estratégicos:
- Dedicar um décimo das receitas da venda de petróleo para a formação da Juventude.
- Definir uma Política Nacional para a Juventude, que reforce o seu papel de força catalisadora das transformações positivas que o País reclama, através duma formação académica e/ou técnico-profissional assente num sistema de Educação que enobreça e orgulhe o País.
- Definir uma política de massificação das actividades desportivas e recreativas nas escolas, visando a promoção de iniciativas saudáveis que protejam os jovens do alcoolismo e da delinquência.
- Incentivar o associativismo juvenil e estudantil como instrumento essencial para o exercício da cidadania.
- Definir uma Política Nacional de Emprego e de que facilite a sua inserção no mercado de trabalho e garanta a sua realização integral. Estes empregos serão massivamente gerados a partir da abertura que se pretende dar ao mercado, através da entrada de novos agentes económicos.
- Promover Habitação para os Jovens. Projectos específicos para juventude serão criados, tanto para dar uma resolução definitiva na questão da habitação, bem como temporária. Os Créditos bonificados para a aquisição ou arrendamento serão parte do pacote. As condições tanto do ponto de vista da documentação, bem como dos demais requisitos, deverão ser ajustados à nossa realidade;
- Incentivar as empresas a aumentarem a oferta de postos de trabalho para a Juventude, assim como a lançar iniciativas para apoio ao empreendedorismo jovem, que origine novas empresas e novas áreas de investimento.
- Incentivar o desenvolvimento do desporto no seio dos jovens portadores de deficiência.
- Criar apoios e incentivos profissionais para os desportistas de alto rendimento e das selecções nacionais, investindo nos projectos olímpicos e paralímpicos.
- Criar um concurso anual, a nível nacional, para selecção de jovens recém-licenciados candidatos à Administração Pública, aos quais será proporcionado um programa de formação no Instituto Nacional de Administração, antes da sua colocação definitiva.
- Estimular o investimento público e mobilizar o investimento privado no domínio das novas tecnologias de comunicação e Informação, promovendo a generalização do uso efectivo da Internet e das novas tecnologias entre os jovens, com realce no Sector da Educação e no da Administração Pública.
- Dinamizar a criação de bibliotecas públicas, que proporcionem aos jovens a oportunidade de melhorarem os seus conhecimentos científicos e do mundo global, dando igualmente ênfase às obras de e sobre Angola.
- Criar oportunidades e estimular o empreendedorismo a jovens que pretendam começar o seu próprio negócio ou que já tenha o seu negócio e tenham necessidade de ampliá-los.
SOLIDARIEDADE
Nenhuma sociedade evolui se não garantir aos seus cidadãos um presente que lhes proporcione um futuro livre de ameaças. Mediante a implementação efectiva da “Lei de Bases da Segurança Social”, as crianças serão a prioridade maior no governo da CASA. Assim, também a mãe solteira e abandonada e a mulher zungueira merecerão atenção especial com vista a uma vida digna.
Para este desiderato a CASA-CE estabelece os seguintes vectores estratégicos:
- Definir uma estratégia de luta contra a pobreza, dirigida às “crianças de rua”, que envolva a participação dos próprios beneficiários.
- Desenvolver políticas de apoio aos portadores de deficiência física e/ou mental, capazes de estimularem a sua auto estima e a sua integração sócio profissional.
- Legislar e implementar medidas obrigatórias que facilitem o dia-a-dia dos portadores de deficiência.
- Sensibilizar e formar os funcionários dos sectores policial, judicial e social, para que eles possam melhor prevenir e actuar na ocorrência de eventos de violência doméstica.
- Implementar políticas que permitam um apoio concreto e eficaz em casos de violência doméstica e violação.
- Criação de um fundo para assistência, aos mais desfavorecidos (mães solteiras, viúvas, órfãos, ex-militares e outros).
- Estender o período de ingresso na função pública para 45 anos.
- Resgatar os Valores da boa convivência que sempre nortearam a nossa sociedade.
EDUCAÇÃO
O sistema de educação do nosso País é, seguramente, o pior de toda SADC. Este facto nunca poderá ser escondido ou escamoteado com a actual massificação do ensino universitário, um fenómeno que deve ser encorajado mas que não deve fazer esquecer o essencial do problema. E o essencial é que, em matéria de educação, o País vai mal.
A CASA-CE entende que os problemas da educação no País nunca deveriam ser abordados numa perspectiva político-partidária pura e simples pois eles exigem uma acção concertada da sociedade no seu todo.
No entender da CASA-CE, a problemática da educação deve ser atacada seguindo três caminhos. O primeiro é acabar com o analfabetismo. O segundo é conceber e executar tão rapidamente quanto possível, um programa específico que tenha no epicentro a reforma do Ensino primário. Na verdade, a viragem começa nesse sector. Uma vez iniciado com seriedade e determinação pode esperar-se num horizonte temporal de 10 a 15 anos, uma mudança para melhor, em todo sistema de educação.
O terceiro responde à necessidade de oferecer à juventude de hoje a perspectiva de concluir a sua formação académico/profissional. Neste sentido, é de encorajar a massificação do ensino universitário, desde que sustentável. Neste particular, a CASA-CE encorajará e apoiará sobretudo o surgimento de cursos de licenciatura em tecnologias e ciências exactas.
A CASA-CE entende ainda ser urgente a elaboração de critérios que permitam a identificação de crianças superdotadas (porque na perspectiva biológica as pessoas não são iguais) e a elaboração urgente pelo Estado, da conduta a seguir para a sua educação.
A CASA-CE estabelece para a área da Educação os seguintes vectores estratégicos:
- Acabar com o analfabetismo nos próximos cinco anos.
- Implementar o Plano Nacional de Educação, como instrumento estratégico, coerente e estruturado, que tenha como objectivos primordiais a Educação para Todos, facilite o acesso e a permanência no sistema Educativo num Ensino Público de qualidade.
- Reforçar o Sistema de Educação, priorizando o estabelecimento dum ensino primário eficiente, de qualidade e capaz de absorver todas as crianças em idade escolar. Um ensino secundário e médio que reforce o papel de qualidade no ingresso às universidades, sendo gratuito e obrigatório para todas as crianças até ao 12º ano de escolaridade.
- Rever e estabelecer planos curriculares inovadores para o ensino primário e secundário, que promovam a liberdade, a criatividade, a identidade nacional, a cidadania e sejam capazes de responder aos desafios da escola moderna.
- Atribuir prioridade total às áreas técnico-científicas no sistema de ensino nacional.
- Implementar um sistema de Bolsas de Estudo Nacionais, acessível a todos os jovens candidatos ao ensino superior recorrendo ao dízimo das receitas da venda do petróleo.
- Valorizar e apoiar o papel da iniciativa privada e das Igrejas no domínio da Educação, estabelecendo regras precisas para a sua actuação, uma fiscalização rigorosa e a adopção dos programas oficiais, combatendo o lucro fácil, o desrespeito pelos estudantes e professores e a precariedade do ensino.
- Considerar, como vertentes da Formação Profissional, o Ensino Médio Profissionalizante, o Ensino Técnico e a Qualificação Profissional, destacando como ofertas, cursos diversificados nas áreas da educação, da saúde, da indústria petrolífera e diamantífera, da agricultura e pecuária, das pescas, de artes e ofícios, da construção civil, da informática e da economia.
- Implementar um sistema de autonomia universitária, em que os reitores sejam democraticamente eleitos pelos seus pares, que devolva aos intelectuais e às universidades o seu papel de consciência nacional, através da produção de ideias, de inovação e de investigação, numa interacção permanente com as empresas e a sociedade, consentâneas com a procura de soluções para os problemas do País, onde seja privilegiada a Investigação Científica e a Inovação.
- Incentivar os docentes universitários a desenvolverem a pesquisa e a investigação, em parcerias nacionais ou com outras instituições internacionais, fazendo deles os alicerces para um verdadeiro desenvolvimento científico.
- Relativamente ao ensino primário, a CASA-CE vai implementar imediatamente a merenda escolar e a atribuição gratuita de material escolar como 1º passo para assegurar a formação de qualidade.
SAÚDE
O acesso à assistência médica e medicamentosa é um direito inalienável de todos os cidadãos, cabendo igualmente a estes a responsabilidade de evitar ou reduzir comportamentos de riscos que os expõem à doença e à morte. Assim, um sistema de Saúde deve colocar a sua centralidade no cidadão e ser bem gerido, para optimizar os recursos de que dispõe, devendo integrar na definição da sua Política, a Promoção da Saúde e a Saúde Pública.
A CASA-CE estabelece como vectores estratégicos para a área da saúde os seguintes:
- Reforçar o Sistema Nacional de Saúde, na base duma política de Saúde que tenha como pilar primordial os Cuidados Primários de Saúde, privilegiando a medicina preventiva.
- Implementar um Sistema Nacional de Saúde integrado, hierarquizado e descentralizado e focalizado no cidadão, mediante a implementação dos Cuidados de Saúde Primários. O Sistema Nacional de Saúde deverá enquadrar e regular o sector público, privado e humanitário, permitindo a afectação e gestão eficiente de recursos financeiros materiais e humanos no sentido de promoverem a equidade no acesso aos serviços médicos em todo o País.
- Prestar atenção à Saúde no Trabalho, à Saúde Mental e à Medicina Física e de Reabilitação, com o reforço ou reactivação de estruturas sanitárias.
- Estabelecer e executar, em parceria com instituições internacionais ou em programas regionais, Planos Estratégicos no combate às doenças endémicas, com destaque para a Malária, a Tuberculose, a Lepra, Schistosomíase e Oncocercose.
- Dinamizar, em todas as vertentes, o combate às Doenças Sexualmente Transmitidas (DST) e ao HIV/SIDA.
- Dinamizar e reforçar, com meios materiais e humanos, o trabalho desenvolvido pelo Instituto de Combate Contra a Tripanossomose (doença do sono), no sentido de estancar e reverter o quadro actual de expansão da doença.
- Defender a dignificação dos Profissionais da Saúde, através da sua valorização profissional, salarial e formativa, envidando todos os esforços no sentido da promoção da formação contínua e especializada como factor de enriquecimento humano do sector e desenvolvendo uma política de melhor gestão dos recursos humanos nacionais existentes.
- Estabelecer políticas de apoio e de intercâmbio com associações de doentes, que congregam doentes e seus familiares e desenvolvem a sua actividade em áreas específicas, com destaque para as associações relacionadas com o VIH/SIDA, Diabéticos e Anemia Falciforme.
HABITAÇÃO, CONSTRUÇÃO E OBRAS PÚBLICAS
Sendo o direito à habitação um direito humano fundamental, o desenvolvimento só será uma realidade quando os angolanos tiverem uma habitação condigna que permita às famílias viver com dignidade e usufruir dos benefícios do progresso.
Quanto à Construção e Obras públicas no geral, esta uma área geradora de milhares de postos de trabalho. Esses postos de trabalho deverão estar destinados aos cidadãos angolanos. Falar em reconstrução nacional preterindo a força de trabalho autóctone é descabido, para não dizer antipatriótico. Outrossim, se o País não aproveitar agora a oportunidade para formar bons carpinteiros, pedreiros e outros operários úteis à construção civil, continuará sempre dependente.
A CASA-CE estabelece, para o sector, os seguintes vectores estratégicos:
- Incentivar e implementar uma política de materiais de construção, visando a incorporação de produtos e matéria-prima nacional, que reduza ao estritamente necessário as importações neste domínio.
- Retirar o Estado da participação na construção de condomínios ou projectos habitacionais de elevado preço, direccionando o esforço e os recursos para o desenvolvimento de uma Politica Nacional de habitação social, direccionada para os cidadãos com baixo rendimento e para os jovens.
- Estabelecer um programa de renovação e reabilitação urbanas, especialmente para a capital e outras cidades, utilizando parcerias público-privado na reabilitação de imóveis para arrendamento e programas de apoio financeiro e logístico para a realização de obras de recuperação de edifícios, estabelecendo um “Pacto para a modernização do património habitacional”.
- Estabelecer os mecanismos legais e institucionais que permitam a regularização urgente dos direitos de posse e de propriedade, com a entrega de documentação credível, encerrando definitivamente o vazio legal que existe neste domínio.
- Estabelecer parcerias com organizações não-governamentais no sentido da implementação de programas de auto construção. Fomentar a auto construção dirigida, através da distribuição e legalização de parcelas de terras a favor do povo;
- Redução das taxas de juros (de nominal para real) e actualizar a lista de requisitos necessários a adesão ao credito habitação, adequando-os a realidade;
- Desenvolver programas de extinção dos musseques, nas centrais urbanas:
- Localizando áreas para a montagem ou alocação de casas pré-fabricadas não distante da zona de habitação dos munícipes, para possibilitar a remoção dos musseques e erguer os edifícios/residências de baixo custo, mas de longa duração de vida, para efeitos de realojamento da população que procederá ao respectivo reembolso no sistema de renda resolúvel.
- Desenvolver parcerias público privadas para construção de projectos habitacionais de baixa, média e alta renda para descongestionar as maiores centralidades.
- Regulamentar o sector de habitação estabelecendo critérios para a atribuição de preços e através deste mecanismo acabar com a especulação e concorrência desleal no sector.
SEGURANÇA NACIONAL
- DEFINIR UM NOVO PARADIGMA PARA AS POLÍTICAS DE DEFESA, SEGURANÇA E ORDEM PÚBLICA, em que os parâmetros permanentes sejam a paz, a soberania nacional e a integridade territorial e a tranquilidade das populações resultante de:
- Estabelecer uma plataforma de convivência pacífica integradora e abrangente com todos os povos e Nações.
- Instituir um sistema de defesa moderno e adequado aos desafios do presente e do futuro, em conformidade com os recursos do País, tendo por base uma capacidade militar e paramilitar alicerçada nos modernos conceitos políticos e estratégicos, de organização e funcionamento dos diferentes Ramos das Forças Armadas e paramilitares, bem como em conceder-lhes os meios necessários.
- Proceder à despartidarização de todas as instituições e estruturas militares e paramilitares, de forma a servirem em exclusividade a Pátria e todos os cidadãos.
- Organizar os Serviços de Segurança para a defesa do Estado e dos cidadãos e nunca contra os cidadãos, acabando com a coacção a que estão sujeitos.
- Estabelecer políticas de uso e porte de armas que privilegiem as instituições vocacionadas para a defesa, ordem pública e protecção dos cidadãos, através de um controlo eficaz do seu uso e punição severa dos que possuam armas ilegais ou façam uso delas fora do serviço de defesa e ordem pública.
- Organizar um sistema de serviços policiais próximos do cidadão, que fortaleça a confiança e a cooperação recíprocas no combate à criminalidade, conquanto a ordem pública e a tranquilidade são sinónimos de estabilidade social.
- Reformar, modernizar e humanizar o sistema prisional, de modo a que vise a ressocialização do agente prevaricador, através de programas de ensino e aprendizagem capazes de o renovar, integrando-o de forma digna na sociedade.
- Instituir um controlo de fronteiras e de estrangeiros residentes em Angola, tendo por base um novo sistema e uma nova filosofia.
- Reestruturar e reforçar os serviços de bombeiros e de protecção civil, apetrechando-os com os meios técnicos necessários para concretização da nobre tarefa de prevenção e combate às calamidades naturais e de acidentes causados pela acção humana.
- Desenvolver um esforço redobrado na desminagem do País, garantindo a segurança das populações rurais.
PROJECTAR ANGOLA NO MUNDO
Tendo em conta que Angola reencontrada com a sua História, se projeta no mundo privilegiando as relações vantajosas e de reciprocidade com os Estados da Região, em particular e do Mundo em geral, assente nos pressupostos permanentes da soberania nacional, da independência do País e da cooperação internacional, com base em:
- Estabelecer regras de convivência pacífica e de resolução política de diferendos como linhas fundamentais da sua actuação diplomática.
- Respeitar as regras do Direito Internacional e os tratados internacionais de que Angola seja parte ou a eles tenha aderido.
- Afirmar África como componente imprescindível e incontornável da afirmação de Angola no mundo, participando activamente e de forma inovadora na SADC, na CEAC e na União Africana (UA).
CAMINHO DA VITÓRIA
PARA SE VENCER, NÃO BASTA ACREDITAR, É FUNDAMENTAL AGIR, pois a vitória dependerá da acção determinada dos patriotas angolanos que convergem e juntam sinergias para realizar Angola e os angolanos com base na CASA-CE (CONVERGÊNCIA AMPLA DE SALVAÇÃO DE ANGOLA - Coligação Eleitoral), que se compromete a:
- Desenvolver dinâmicas capazes de galvanizar as populações, na busca de soluções para os problemas que afectam as suas vidas, levando-as a assumir um papel activo na concretização das suas aspirações, por via dos vários grupos sóciorofissionais, sócioeconómicos, culturais, étnico-linguísticos, raciais e religiosos, no respeito pelas maiorias que congreguem, valorizem e promovam as minorias.
- Implementar contactos próximos com os cidadãos, em todo o território nacional, que desejem participar na realização de Angola dos nossos sonhos e dos sonhos daqueles que nos precederam, dedicando uma especial atenção ao nível das estruturas de base e intermédias, que permitam a realização da acção de cada um e de todos.
- Promover a capacitação e participação dos jovens, de modo consciente, responsável e harmonioso, como elementos dinamizadores e de inovação, que representam um importante segmento de transformação da sociedade angolana.
- Incrementar a representatividade e o papel da mulher nos mais variados domínios da vida social, económica, politica e cultural do País, assumindo-se as metas delineadas pela SADC e CEAC, nunca esquecendo que como esposa e mãe, ela é um elemento de criação de vida e de mudança.
OLHAMOS PARA O PASSADO COM ESPÍRITO CRÍTICO E SELECTIVO. A NOSSA META É O FUTURO.
É nesta base que assentam os Princípios Estruturais do Programa de Governo, que será a base da nossa acção, porque acreditamos que não só é possível, mas é urgente:
VENCER PARA REALIZAR ANGOLA.